
O Ministério da Infraestrutura tem amargado uma sequência de reveses no Tribunal de Contas da União (TCU) que ameaçam ou atrasam projetos considerados prioritários para a pasta. Mesmo sendo temporária e passível de reversão, a maioria das decisões pode atrapalhar os planos do ministro Tarcísio Freitas, que corre contra o relógio para fazer suas
últimas entregas no cargo até abril de 2022 – quando precisará se desincompatibilizar, caso concorra nas próximas eleições.
O presidente Jair Bolsonaro quer Tarcísio, um de seus auxiliares mais elogiados pelo mercado e bastante popular nas redes sociais, como candidato ao governo de São Paulo. O ministro já foi cotado também como vice na chapa de Bolsonaro para a reeleição em 2022. Ele evita falar sobre isso, até mesmo com interlocutores próximos, mas estaria cogitando ainda disputar uma vaga no Senado.
As derrotas no TCU colocam em xeque o futuro do aeromóvel ligando a estação de trem da linha 13-jade ao terminal de passageiros do aeroporto de Guarulhos (SP), a relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) e o redesenho do Porto de Santos (SP) a partir do fim do contrato de um terminal retroportuário hoje destinado à movimentação de contêineres.
Em algumas dessas decisões, o órgão de controle já reclamou de “pressa” e de informações “pueris”, repassadas sem detalhamento pelo ministério ou agentes ligados à pasta, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Tarcísio ainda depende do tribunal para bater o martelo no leilão de Congonhas (SP) e do Santos Dumont (RJ), as últimas duas “joias” nas mãos da Infraero, que fazem parte da sétima rodada de concessões aeroportuárias. Os estudos de viabilidade e minutas de edital estão em consulta pública.
Hoje o cronograma mais provável do leilão aponta para maio de 2022. O ministério se esforça para adiantar essa data. Isso permitiria a Tarcísio encerrar sua gestão com um grande feito.
Um fator decisivo para a antecipação, no entanto, será o tempo gasto pelo TCU na análise das concessões. Técnicos do tribunal, ouvidos reservadamente pelo Valor, rejeitam apressar sua avaliação.
“Órgão de controle já reclamou de ‘pressa’ e de informações ‘pueris’, repassadas sem detalhamento’’
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