O Palácio do Planalto responsabilizou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pela indicação de um funcionário do gabinete do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, órgão responsável por analisar atos jurídicos do governo, foi o próprio ministro quem encaminhou o nome, que não cumpre os requisitos previstos em lei para exercer o cargo. A pasta informou ainda que a indicação poderá ser retirada.
Pacheco, candidato escolhido por Davi Alcolumbre (DEM-AP) e pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir o Senado em 2021, é o padrinho político da indicação de Arnaldo Silva Junior para a diretoria do órgão regulador – formalmente, no entanto, o envio do nome foi feito pelo Ministério da Infraestrutura. Silva Junior foi deputado estadual até 2019 e é presidente do DEM em Uberlândia (MG).
“Quando do encaminhamento à Presidência da República da indicação do Senhor Arnaldo Silva Júnior, para exercer o cargo de diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o senhor ministro de Estado da Infraestrutura, atestou, na Exposição de Motivos nº 56, de 9 de dezembro de 2020, que o indicado preenche os requisitos/critérios pertinentes”, afirmou a Secretaria-Geral, em nota.
A Lei das Agências Reguladoras, no entanto, é clara ao proibir a indicação de “dirigentes partidários” e “pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”.
Apesar do veto da lei, a Secretaria-Geral informou não ter competência para fazer a reanálise de “possíveis vedações” após o Ministério de Infraestrutura ter avalizado o nome de Silva Junior. “De todo modo, uma vez confirmada qualquer violação à Lei Geral das Agências, a Presidência da República publicará a retirada da indicação”, disse a pasta em nota.
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